Uma Tendência Global ao “Slow”

No mundo moderno, onde a velocidade é a norma e a instantaneidade é esperada, uma contracorrente silenciosa tem ganhado força: a tendência ao “slow”. Manifestações como o “slow food”, “slow fashion” e “slow design” refletem um desejo crescente de desacelerar, de se desconectar da produção frenética ditada pelo mercado de trabalho e pelas redes sociais. Nessa busca por um ritmo mais tranquilo e consciente, vemos ressurgir antigos hábitos, como a valorização do trabalho manual, o apreço pelos discos de vinil, a redescoberta da literatura impressa e, surpreendentemente, o retorno da fotografia analógica.

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O que antes era visto como uma paixão nostálgica, restrita a um nicho de saudosistas, agora está em alta entre os jovens. Câmeras antigas estão sendo resgatadas dos armários e ganhando valor em brechós e lojas de antiguidades. Este movimento impulsionou o mercado de filmes, em resposta a essa tendência, em 2019 a FujiFilm lançou a linha Neopan 100 Acros II, um filme monocromático que foi um sucesso imediato devido à alta procura. 

A fotografia analógica não se restringe mais aos entusiastas, ela está conquistando novos territórios, como a fotografia de editoriais de moda, casamentos e tem tido grande destaque em projetos artísticos. A nova geração está explorando a fotografia analógica e transformando erros em estética. Fotos tremidas, sem foco e com flash estourado têm dominado as redes sociais. No entanto, fazer uma boa foto analógica vai além do simples apertar do obturador. É um processo que exige conhecimento técnico e paciência, desde a captura da imagem até o processo de revelação.

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A ascensão da fotografia analógica reflete não apenas uma busca pela estética do passado, mas também uma tendência de mercado em ascensão. É uma resposta à saturação do mundo digital, um retorno ao tangível, ao processo manual e à experiência sensorial única que só o analógico pode oferecer. É um lembrete de que, mesmo em um mundo dominado pela tecnologia digital, há um apelo crescente pelo charme nostálgico e pela autenticidade das formas analógicas de expressão.